COPA AGROECOLÓGICA - (CATEGORIAS DE BASE)
-CIDADE: Jataí-Goiás-Brasil
-DATA: de 14 a 21 de julho de 2007
-EVENTO AMADOR
-PROMOÇÃO: Dom Bosco Promotion
-PARTICIPANTES: 113 times
-CATEGORIAS: 6
90 (Sub 17), 91 (Sub 16), 92 (Sub 15), 93 (Sub 14), 94 (Sub 13) e 95 (Sub 12)
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O evento que eu vi.
Por Sérgio Torres (mídia man)
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BRASIL, PAÍS DO FUTEBOL
O Brasil é o país do futebol e tem procurado trabalhar suas inúmeras equipes de categorias de base. A cidade de Jataí, no interior do estado de Goiás (região Centro-Oeste), distante cerca de 320 km da capital Goiânia, recebeu a caravana da Dom Bosco Promotion, empresa do professor Hussein Zaim, com sede na cidade de Maringá, estado do Paraná e com atuação forte no interior do estado de São Paulo, que promoveu mais uma de suas copas de futebol de categorias de base (entre clubes e escolinhas) e realizou a primeira edição da Copa Agroecológica Internacional de Futebol. Como todo grande evento que se preze, fez-se necessário um local adequado, boa participação dos inscritos, investimentos em recepção e estrutura de apoio. A pátria de chuteiras não descobre mais seus craques na rua e nem dá oportunidade e quem não tem desejo em aprender, como ocorria no passado. Hoje em dia, para vencer no mercado do futebol é preciso começar desde cedo com base escolar e boa orientação de pais e professores. Mais de 10 mil brasileiros jogam profissionalmente no Brasil ou mundo afora. Centenas de clubes e escolinhas, em todos os estados, através de um trabalho de base, preparam atletas para o mercado todos os dias. Eventos esportivos, como esses, é a oportunidade para o jovem jogador mostrar seu potencial e integrar-se com pessoas de todas as regiões, fazendo também, dessa forma, um intercâmbio cultural. Na terra de Pelé, Garrincha, Zico, Ronaldinhos, Romário, Cacá e Robinho, é preciso lutar por um lugar ao sol.
COPA EM ÉPOCA DE PAN: OITO DIAS DE DISPUTAS
Em plena época de Jogos Pan-Americanos, Jataí viveu momentos de intensas disputas. No total foram sete dias de duelos intensos e um ritmo alucinante que começaram no domingo, dia 15 (dia 14 foi só congresso técnico) e terminaram no sábado, 21 de julho, revelando o trabalho de algumas das melhores equipes de base do País. O público acompanhava os Pan pela TV e, nos campos, acompanhava a programação dos jogos desses atletas do futuro.
AGITANDO A ROTINA DA CIDADE
Jataí, com seus quase 100 mil habitantes e com economia voltada para a produção agropecuária, é uma cidade simpática que tem como maior motivo de alegria a Associação Esportiva Jataiense, time de futebol profissional local e, em seus 112 anos de história, ainda não tinha sediado um evento de tal proporção futebolística. Aliás, essa copa da Dom Bosco Promotion, teve, assim, pela primeira vez, sua realização no estado de Goiás. Os dias foram todos contados. Na quinta-feira, dia 12 de julho, parte das equipes e a comissão organizadora da Dom Bosco chegou para o lançamento da competição. Aqui, as tabelas já começaram a ser organizadas. Na sexta-feira, dia 13, a cidade vivia o clima dessa grande competição e as ruas começavam a ser tomadas por ônibus das delegações de fora. A rotina de tranqüilidade interiorana era quebrada. O corre-corre para ultimar os preparativos era intenso: alojamentos, refeitório, translados, campos de futebol, dentre outras coisas. O foco da atenção da equipe da Secretaria dos Esportes e Turismo-SETUR e da Dom Bosco Promotion era total. No sábado, dia 14, chegaram quase todas as delegações e, no final da tarde, no clube da AABB, aconteceu o Congresso Técnico onde foi apresentada a tabela da competição e confirmado o total de participantes.
O QUE SE VIU NA COMPETIÇÃO
Foram dias de ansiedade, alegria, Euforia, dedicação, reclamações e, no final, emoção, aflição e saudade. Um evento que, de fato, deixou marcas na cidade. Viu-se de quase tudo nessa competição: belas jogadas, lances de habilidade, belos gols, jogos bons (alguns nem tanto), garotos sorrindo, outros chorando copiosamente, pais e familiares vibrando na torcida, olheiros interessados e muita agitação. Ver a disciplina e organização de tantas equipes e o sonho e a esperança de centenas de jovens talentos foi compensador. A Copa Agroecológica converteu-se uma verdadeira passarela onde desfilaram jovens craques e futuras promessas do futebol brasileiro e estrangeiro. Mas também, traduziu-se em um campo de testes em que se pôde conhecer o trabalho de grupos, técnicos, professores, preparadores físicos, auxiliares, árbitros e até da comissão organizadora, além da cidade-sede do evento. As atrações ficaram por conta dos times de observação das categorias de base do Fluminense (Rio de Janeiro), garotos do Centro de Futebol do Zico-CFZ (de Brasília), base do Vila Nova, escolinha do Vasco da Gama (Goiânia) e as equipes estrangeiras. No total, foram 113 times (em seis categorias) de 54 agremiações.
EQUIPES ESTRANGEIRAS: UM BRILHO A MAIS
Os estrangeiros, tão admiradores e fãs do futebol brasileiro, mais uma vez não perderam a oportunidade e aceitaram o convite da Dom Bosco para participarem e marcarem presença. Do Paraguai vieram, pela primeira vez, duas seleções de federações: os times A e B da categoria 95 (sub 12) da FEFUDCE (Federación de Escuelas de Fútbol del Departamento Central) e os times 94 (sub 13) e 95 (sub 12) da FEFU Clube. Todos craques. Já do Chile vieram os times 90 (sub 17) 92 (sub 15) da tradicional Academia de Fútbol Canillitas (fundada em 1938) e o time 91 (sub 16) da nova Fusion, do bairro Quilicura, ambas da capital chilena, Santiago e comandada pelo dirigente Carlos Bonfort. O grande esforço logístico também fez parte dos estrangeiros. A delegação da Fefudce viajou um dia e meio da capital paraguaia até Jataí, enquanto que chilena percorreu, de ônibus, quatro dias para participar da competição (e mais quatro para voltar a Santiago). Só que antes de regressarem, os chilenos ainda aproveitaram para fazer turismo pela cidade e chamar a atenção.
A ORGANIZAÇÃO: ACERTOS E ERROS
Mas não foi apenas “sangue, suor e lágrimas” que marcou o evento. As tradicionais reclamações também, principalmente contra a arbitragem (como de praxe) e contra a organização. A Dom Bosco até que se esforçou e fez sua parte apresentando as tabelas (dirigidas a cada rodada), mostrando sua pasta, regulamento (para equipes) e entregando boletins a cada rodada. Uma C.C.O. (Comissão Central de Organização), toda informatizada, foi montada nas dependências do ginásio Vilelão para administrar todo o evento. Equipes que participaram pela primeira vez estranharam os vários atrasos nos horários dos jogos, algumas mudanças no cronograma das partidas e a aplicação de vários WO. Também sobrou elogios e críticas a cidade-sede no que se refere ao estado de alguns campos, a falta de mais tem tempo para se fazer turismo e conhecer mais as belezas do lugar, ao translado (vai e vem) de equipes, centralização do refeitório e até do pouco público da própria cidade presente para assistir aos jogos. Todos ficaram alojados na cidade e as acomodações foram improvisados em escolas públicas, faculdades, clubes sociais e dependências de ginásios. Algumas regras da Dom Bosco foram muito válidas: não fumar no banco, identidade de todos, uso de caneleiras, trio de arbitragem, 4º árbitro (Regra 3). Apenas a equipe da Dom Bosco Promotion demonstrou uma certa ansiedade pelo fato de estarem realizando duas copas paralelas em cidades diferentes e também por terem que deslocar a equipe para o interior de São Paulo onde seria iniciada uma outra copa no dia seguinte ao encerramento em Jataí. Preocupou os vários erros de digitação nas tabelas (e no Jornal das Copas) e as maiores reclamações foram com relação aos horários das partidas no mesmo dia e em vários campos e nos mesmos horários e a mistura: clubes e escolinhas se confrontando. Sugestões de mais investimentos no marketing e presença de órgão de classe, como o Conselho Tutelar, também se ouviu.
OS LOCAIS DOS JOGOS
A Copa Agroecológica foi disputada em três estádios (Arapucão, Ronan Maia e Jataiense), em dois campos de associações (ADIJ e Conjunto Rio Claro) e em três campos de núcleos esportivos (Alfredo Gori, Dom Benedito e Chacrinha do Senhor Moisés também conhecida como campo da escolinha Guadalajara). O refeitório foi nas dependências do salão da escola Isabel Franco (bairro Conjunto Rio Claro). Todos sob o comando da Secretaria dos Esportes e Turismo-SETUR. As partidas tiveram a duração de uma hora, dividida em dois tempos 30 minutos.
QUEM VEIO E QUEM FALTOU
A Dom Bosco inscreveu, ao todo, 133 equipes. Desse total, 20 não compareceram e deram vários WO. Nas 6 categorias, participaram 113 times. Entre os que faltaram estão os cinco times da Escolinha do Flamengo do Distrito Federal (categorias sub 17, sub 16, sub 14, sua 13 e sub 12), os dois da base da Associação Atlética Uirapuru do Mato Grosso (categorias sub 15 e sub 13), as duas da escolinha de Barreiras da Bahia (sub 17 e sub 15) e os dois da Academia de Fútbol Canillitas do Chile (sub 16 e sub 14), além do sub 17 do CFZ-DF e da escolinha do Índio (Indianápolis) de Belo Horizonte. Também faltaram a escolinha do Palmeiras da Bahia (sub 16), Poema FC (sub 15), o CME de Mirandópolis de São Paulo (sub 13), o União Independente de Porto Nacional no Tocantins (sub 12), o APCEF/escolinha do Internacional do Mato Grosso (sub 12) e o time “B” do Fusion do Chile (sub 12).
Dentre os que vieram estiveram 11 agremiações de Goiás: Vila Nova de Goiânia (sub 17, sub 16, sub 15 e sub 14), Vasco da Gama de Goiânia (sub 17, sub 16, 14, sub 13 e sub 12), Skala EC também de Goiânia (sub 12), Rinco/Fesurv de Rio Verde (sub 15), União RDI de Aparecida de Goiânia (sub 17 e sub 15), Bola de Ouro FC (sub 16), Associação Atlética Iporaense de Iporá (sub 16), escolinha de Chapadão do Céu (sub 16), Trindade Atlético Clube (sub 16), e as escolinhas de Jataí: Associação Esportiva Jataiense (sub 16 e sub 12) e Guadalajara (sub 16, sub 14, sub 13 e sub 12). Do Mato Grosso participaram: Associação Atlética Sinop (sub 16, sub 15, sub 14, sub 13 e sub 12 “A” e “B”), Búfalo Gil (sub 15 e sub 13), AABB de Cáceres (sub 13), CTN Cáceres (sub 13), Sociedade Esportiva Sapezalense de Sapezal (sub 14 e sub 13), Verde Oliva de Cáceres (sub 12), APCEF/escolinha do Internacional (sub 15, sub 14, sub 13 e sub 12), Cruzeiro/EPAC de Canarana (sub 17, sub 15, sub 13 e sub 12). Do Distrito Federal vieram: Sociedade Esportiva do GAMA (sub 17 e sub 15), Clube de Regatas GUARÁ (sub 17), Clube União (sub 16), Centro de Futebol do Zico-CFZ (sub 17 “A” e “B”, sub 15, sub 13 e sub 12), Escolinha do Internacional/Dois Toques (sub 15, sub 14, sub 13 e sub 12 “A” e “B”) e escolinha do 9º Batalhão. Do Maranhão marcaram presença: O Astro de Balsas (sub 16 e sub 15), Sarano FC (sub 14 e sub 13), São Luiz Atlético Clube-SLACC (sub 15 e sub 14) e Genoma Colorado de Balsas (sub 13). Do Mato Grosso do Sul estiveram presentes: Associação Atlética Madureira (sub 17, sub 16 e sub 15), Escolinha do Pedrinho (sub 15, sub 14 e sub 12), EC Comercial (sub 17, sub 16 e sub 14) e escolinha Meninos da Vila (sub 17, sub 15 e sub 13). De São Paulo participaram: CME Lavínia (sub 16), Esporte Clube Americano (sub 17, sub 15 e sub 14) e Sindicato de Andradina (sub 17 e sub 14). Da Bahia vieram: escolinha Bola de Ouro (sub 17), Estrela da Manhã (sub 14 e sub 13) e núcleo esportivo Vera Cruz (sub 17). Do Tocantins marcaram presença: Paraíso (sub 17) e Associação Atlética Gurupiense (sub 17 e sub 16). De Rondônia estiveram: Centro Cacoal (sub 17 e sub 15) e Associação Esperança (sub 16 e sub 14). E ainda fizeram-se presentes: Rio de Janeiro, com o Fluminense (sub 17 e sub 14); Minas Gerais, com a escolinha da Índio-Indianápolis de Belo Horizonte (sub 14 e sub 12); Rio Grande do Sul, com o Internacional de Porto Alegre (sub 12); Piauí, com a AABB de Picos (sub 17 e sub 15); Alagoas, com Clube de Regatas Brasil-CRB (sub 15 e sub 13) e Acre, com a escolinha do Torres (sub 17). Do Paraguai viajaram: Fefudce (sub 12 “A” e “B”) e Fefu Clube (sub 14 e sub 13) e do Chile, academia Canillitas (sub 17 e sub 15) e Fusion (sub 16)
O DESEMPENHO E A CAMPANHA DOS 113 PARTICIPANTES
Foram três rodadas de classificação (domingo, 15, segunda-feira, 16 e terça-feira, 17), uma rodada de oitavas-de-finais (quarta-feira, 18), uma de quartas-de-finais (quinta-feira, 19), uma rodada de semifinais (sexta-feira, 20) e as finais e disputa de 3º e 4º lugar (sábado, 21). Na categoria sub 17 (nascidos a partir de 1990 e primeiro ano Júnior), houve 24 inscritos. Na CHAVE A, o Canillitas do Chile perdeu por 3 a 0 para o Paraíso-TO, empatou em 1 a 1 com o Bola de Ouro-BA e ganhou de WO da escolinha de Barreiras-BA. Fez 4 pontos, classificou-se em 2º lugar e pegou o Vasco da Gama nas oitavas-de-finais, empatou em 2 a 2 (venceu nos pênaltis por 1 a 0) e perdeu para o CFZ (A) nas quartas-de-finais por 2 a 0. O Bola de Ouro-BA fez placar de 0 a 0 com a conterrênea escolinha de Barreiras, empatou em 1 a 1 com Canillitas-CL e também em 1 a 1 com Paraíso-TO, fechando sua participação com 3 pontos. O Paraíso-TO venceu por 3 a 0 o Canillitas-CL, ganhou de WO da escolinha de Barreiras e empatou em 1 a 1 com o Bola de Ouro-BA. Anotou 7 pontos e se classificou em primeiro lugar na chave. Nas oitavas-de-finais, fez 5 a 0 no Cruzeiro/EPAC-MT e, nas quartas-de-finais, perdeu para o Gama por 2 a 1. Já a escolinha de Barreiras-BA só tem um placar de 0 a 0 com o Bola de Ouro e dois WO. Na CHAVE B,... (continua)
QUEM É A DOM BOSCO PROMOTION?
A empresa Dom Bosco Promotion foi criada há 14 anos na cidade de Maringá-PR e tem como diretor presidente o professor Hussein Zaim e a professora Beatriz Torres Zaim. Atuando intensamente no interior de São Paulo, a empresa já realizou inúmeras competições do porte dessa Copa Agroecológica e sempre trabalhou com inúmeras equipes nacionais e internacionais. Entre suas realizações, destacam-se, a Copa Internacional de Itaporanga e Taguaí-SP, Copa Sul Americana da Paz, Copa Ecológica do Mercosul, dentre várias outras. Possui organização e estrutura com equipe de arbitragem, regras próprias, jornal das Copas e administração familiar. Realiza mais de um grande evento paralelamente em várias regiões do Brasil e possui calendário para o ano todo. Não se sabe ao certo o faturamento da Dom Bosco Promotion com competições desse porte, uma vez que de cada time inscrito é cobrada uma taxa acima de R$ 1.000,00 (até 15 de maio de 2007, R$ 1.290,00, até 15 de junho, R$ 1.390,00 e até 15 de julho, R$ 1.490,00) e ainda obtem-se ajudas em parcerias imprescindíveis com as prefeituras das cidades. Mas sabe-se, ao certo, que, competições como essas, são as formas de se colocar a prova toda a carga de preparativos, treinos e investimentos de uma escolinha ou um time amador que faz a base de um clube de futebol profissional.
DADOS TÉCNICOS DA COMPETIÇÃO:
DOMINGO, 15 = PARTIDAS: 45 / GOLS = 175
SEGUNDA, 16 = PARTIDAS: 46 / GOLS = 162
TERÇA, 17 = PARTIDAS: 43 / GOLS = 141
QUARTA, 18 = PARTIDAS: 48 / GOLS = 184
QUINTA, 19 = PARTIDAS: 24 / GOLS = 70
SEXTA, 20 = PARTIDAS: 12 / GOLS = 46
SÁBADO, 21 = PARTIDAS: 11 / GOLS = 30
Total de partidas = 229 / Total de gols = 808
MÉDIA DE GOLS POR PARTIDA: 3,5 por partida
TOTAL DE COMPONENTES PARTICIPANTES: em torno de 2.500 pessoas
PERFIL DOS CAMPEÕES:
FLUMINENSE
GUADALAJARA
VILA NOVA
FEFU CLUBE
GRITO DE VITÓRIA:
“ARRAH! URRUH! O ARAPUCÃO É NOSSO!!
(Fluminense sub 17)
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ENTREVISTA SATISFEITA:
“A cidade ficou movimentada e teve muita gente no comércio”
(prefeito de Jataí, Fernando Henrique Peres)
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ENTREVISTA PARA RÁDIO:
“Brasil, campeon de la Copa América e Paraguay, campeon de la Copa Agroecológica”
(dirigente de delegação Paraguaia)
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CONTRA A ARBITRAGEM:
“Essa foto é para a página policial?”
(Tim, ex-jogador e diretor da delegação do Vila Nova, ao ver um fotógrafo clicando o trio de arbitragem na semifinal)