OPINIÃO: Mercado do futebol amador vai se inflacionando

Opinião mercado do futebol amador vai se inflacionando em Jataí

Neste momento há uma competição acirrada pelos valores das premiações no futebol amador de Jataí. Primeiro foi a copa em homenagem ao aniversário da cidade, promovida pelo desportista Marcos Adriano, que saltou de R$ 2 mil para os finalistas em 2015 para mais de R$ 10 mil em 2016. Agora a Liga Desportiva de Jataí apresenta sua proposta para o tradicional Campeonato Municipal de Futebol Amador (Amadorzão) também com um salto na premiação: R$ 6 mil para os finalistas e mais diversos outros prêmios em dinheiro a cada rodada totalizando mais de R$ 12 mil. A Copa Abelha, competição com 21 anos de realização pelo desportista João Batista Dadazinho, foi a única das três grandes que manteve a premiação do ano anterior (R$ 5 mil para os finalistas), mas que já estuda em aumentar seus valores para 2017 e entrar na briga. A copa do aniversário de Jataí também já falou que tem proposta para aumentar ainda mais sua premiação no próximo ano, o que seria a Copa Jataí 122 Anos com premiação ainda maior. Será? Dentre esses, a surpresa maior ficou por conta da liga que no ano passado surgiu com um discurso inovador ao falar em baixar os valores das premiações para diminuir os custos das equipes e estimular mais a prática do futebol sem a ambição por dinheiro. E o problema dessa alegria é, justamente, os valores das premiações que estimulam para o alto os custos de manutenção dos times amadores que passam a ter que aumentar seus investimentos para ficarem competitivos. E quando se fala em aumentar investimentos quer dizer pagar determinados jogadores para defender seu time. Ao contrário dos clubes profissionais, os times amadores não têm fontes de receitas e vivem pedindo patrocínios no comércio. Também, ao contrário do que ocorre nos profissionais onde os valores das premiações vão para os clubes campeões, no amador o dinheiro costuma ir para os próprios jogadores ou para uma festa de comemoração daquelas de varar a madrugada. Assim, os donos dos times bancam, mas não ficam com as premiações - isso, raras exceções, claro. Para os dirigentes amadores, sobram apenas os custos da manutenção de seus times, algo que eles costumam fazer só por amor e pelo prazer de estar competindo. O resultado dessas doses de estímulo poderá vir a ser um aumento nas despesas para os donos de times que ficarão quase obrigados a ter que semiprofissionalizar sua equipe ou se afastar das competições por "quebradeira".

Tem mais: nestas premiações inflacionantes do amador também chuta-se para o ar o noticiário de que o País está passando por uma crise e uma recessão "petista".

Sérgio Torres (editor do blog)

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