COPA DO MUNDO 2014
Análise do empate no segundo jogo

JOGO 2: COMO PARAR A SELEÇÃO
BRASIL 0x0 MÉXICO

     Felipão precisa mudar, urgente, o estilo de jogo da Seleção e passar a jogar igual na campanha vitoriosa da Copa da Confederações 2013, se não quiser ficar em casa (a copa está sendo disputada no Brasil, claro).

     Agora é tarde. Nossos adversários já descobriram como parar o jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo: basta marcar as laterais, centralizar os cabeças de área (volantes) e ter sempre alguém na sobra da marcação. Traduzindo para o povão: basta impedir os avanços de Oscar e Bernand pelas pontas, isolar o Fred, marcar o Neymar Jr (acompanhando ele atentamente o tempo todo) e, claro, contar com um goleiro em dia inspirado. Pronto. Adeus Brasil na Copa do Mundo e jogando em casa. 

   O equilibrado jogo com o México expôs, pra quem conseguiu enxergar, a crise que a Seleção vive quando disputa Copas do Mundo (vide os destemperos de 2006 diante da França e 2010 diante da Holanda). Parece que os jogadores não se sentem bem e a zica (ops! Má expressão!) acaba terminando em desentendimentos dentro do grupo.

    A partida em si mostrou, claramente, falta de foco do time quando entra em campo: ninguém capricha o suficiente para colocar a bola no fundo do barbante. O que se vê são jogadores finalizando sem a pontaria certeira para tirar do goleiro e só querendo resolver tudo na vontade e na força. Falta espírito de competição quando o juiz apita o início da disputa. Taticamente, o primeiro tempo foi bem feito para ambos: o Brasil com três volantes (Paulinho, Luiz Gustavo e Ramires) para impedir os rápidos contra-ataques do adversário e o México bem postado na defesa e com bastante atenção para não levar o gol brasileiro. No segundo tempo, Felipão resolveu abandonar o esquema de três volantes e partiu mais para o ataque tentando as pontas (com Bernard) e, com isso, o adversário se assanhou e chegou mais perto da meta brasileira disparando bombas de fora da área. Pareceu que a seleção mexicana, tida por muitos como a melhor geração de jogadores de sua história, assistiu aos amistosos do Brasil (com o Panamá e com a Sérvia), além do jogo de estreia com a CROÁCIA e percebeu que é simples PARAR O JOGO BRASILEIRO. É bem verdade que o México não tem o futebol para ser campeão, mas mostrou que sabe jogar (bem diferente da Croácia).

    Analisando friamente: o Brasil teve quatro chances de marcar, sendo duas com Neymar, uma com Paulinho e outra com Thiago Silva. Já o México só teve uma no final. Olhando assim, parece que nossa seleção massacrou e poderia ter goleado. É verdade, poderia ter goleado sim. Entretanto, o placar justo seria 1 a 1. E por que? Simples. É só olhar o vídeo e rever os lances. A primeira grande chance do Brasil foi com Neymar Jr cabeceando cruzamento para uma grande defesa do goleiro Uchoa (o grande destaque do jogo). Este lance sim deveria ter resultado em gol brasileiro. E por que este? E a cabeçada do Thiago Silva no segundo tempo? Explicação para quem conhece de técnica de futebol. É que este foi o único em que o jogador brasileiro, mesmo sofrendo uma marcação, conseguiu cabecear de forma a tentar tirar do goleiro (a cabeçada foi embaixo quase rente a trave exigindo posicionamento, reflexo e até sorte do goleiro). A segunda grande chance foi com o volante Paulinho após passe de peito dentro da área do zagueiro Thiago Silva. Como Paulinho não caprichou para chutar fora do alcance do goleiro que chegou fechando o ângulo o gol não saiu. A terceira foi depois que Bernard cruzou e Neymar matou no peito dentro da área, limpou e bateu de canhota em cima do goleiro que defendeu. Na sequencia, Neymar, querendo fazer artilharia, insistiu em prender a bola e não passou para Oscar que estava bem posicionado e livre para chutar a gol. A quarta grande chance foi na cobrança de falta pela esquerda. A bola veio no centro e o zagueiro Thiago Silva chegou pegando uma boa cabeçada. Infelizmente, a mesma foi em cima do goleiro Uchoa e o zegueiro brasileiro deveria ter tentando cabecear fora de seu alcance. O que poderia ter sido o gol mexicano foi o lance no final do jogo onde Jimenes recebeu nos flancos deixado pelo lateral Marcelo e bateu cruzado com força para a rebatida do goleiro Júlio César. Nesse caso o perigo não foi a bomba em si (onde o jogador mexicano procurou bater no canto tirando do goleiro brasileiro), mas o rebote que foi para dentro da área onde o atacante mexicano estava fechando para aproveitar.

   Pelo visto, a Seleção precisa mudar a postura e passar a marcar mais o adversário procurando aproveitar seus erros e talvez fazendo mudanças para que o atacante Fred não fique mais tão isolado. Se com a Croácia e o México a marcação defensiva foi dura, com os africanos de Camarões será ainda pior. A vontade da Copa das Confederações e a sorte de campeão (ou de Felipão) precisam voltar.

(Análise do BLOG ALVO ESPORTES - Jataí-GO)